Agora temos o biberão
Parentalidade

08 Maio 2024

Agora temos o biberão

Agora temos o biberão


Desde o nascimento dos nossos filhos, que sentimos que tudo o que eles precisarem depende de nós e só nósDesde as principais condições básicas higiene e alimentação  até às condições que são essenciais para vivermos e viver em sociedade a educação, os valores e a transmissão de conhecimentos.


O pai e a mãe levarão este papel muito a sério, pois estamos a falar de um ser que nasceu dentro da barriga da mãe e tem um laço inquebrável com os pais. Existe uma grande responsabilidade por parte dos pais, pois nasceu um bebé que dependerá deles. Mas, não podemos esquecer a sensação e o quão esta fase da vida irá mudar a sua forma de ver as coisas e tudo girará em torno do seu pequeno. A família e a forma como construímos fará sempre parte de quem começa e vê os seus filhos a crescerem e a desenvolverem-se. 


Bem, por falar em desenvolvimento, o bebé à medida que vai crescendo irá necessitar de coisas diferente, irá proporcionar novas experiências aos pais e com isso vem o deixar determinadas ações que só a mãe ou o pai poderiam fazer ou fornecer. 


Hoje, quisemos explorar o assunto relacionado com a mudança que é feita pelo bebé do peito para o biberão. Durante semanas e meses, a mãe vive em simbiose com o bebé  afinal é a mãe quem lhe fornece o leite que aglomera todos os nutrientes necessários para o seu crescimento e desenvolvimento. Para além desta mudança para o bebé, também a mãe sentirá alguma tristeza e a sensação que o seu bebé não dependerá de si da mesma forma quando tinha que estar disponível para a hora de mamar. O seu pequeno continuará a necessitar de ser alimentado, mas não será da mesma forma. 


Deste modo, podemos considerar que haverá aqui mais uma mudança e, que esta seja feita de forma cuidada e com o tempo de adaptação para o bebé e para a mãe. As questões associadas a este tema serão sempre as dúvidas sobre se este processo irá correr bem e como o bebé irá reagir


Fomos recorrer às nossas pesquisas para perceber um bocadinho melhor sobre esta mudança significativa para o pequeno e para a mãe. Em primeiro lugar, foi necessário compreender que pode existir duas formas de se fazer a transição do peito para o biberão. A transição pode ser feita através de uma alimentação mista peito e biberão ou apenas fazer a transição do peito para o biberão o bebé é alimentado 100% pelo biberão


Uma coisa que devemos ter em consideração, o bebé poderá levar várias semanas de preparação. O pequeno pode apresentar dificuldades em habituar-se e pode chegar a recusar a tetina de borracha do biberão, por ser algo que tenha uma textura, cheiro e temperatura completamente diferente do peito. 









Por outro lado, a mãe também deverá ter o seu período para se habituar a esta nova etapa na relação maternal. Será uma fase delicada para ambos e onde a paciência e carinho são os ingredientes essenciais para ultrapassar e aceitar da melhor forma. 


Conseguimos perceber que é algo bastante importante ser falado, porque esta transição não é algo que aconteça de forma rápida e pouco sentida. Poderão haver bebés que possam sentir pouca diferença, outros terão uma grande dificuldade em aceitar. O período sendo mais curto ou que dure semanas, tem de ser dado extrema importância, para estarmos sempre atentos e conscientes na durabilidade deste processo. 


A chegada do biberão é considerada como a segunda separação entre mãe e filho ou filha. Existe um primeiro momento em que é cortado o cordão umbilical e, o segundo, é cortado o cordão de leite. Realmente, é um passo bastante importante e delicado para o desenvolvimento afetivo do bebé. A relação que parece de fusão de amamentar é difícil de romper, pois permitia prolongar a relação da gravidez e a sensação, para o bebé, de ter controlo completo. Além disso, não podemos esquecer que o bebé deixa o conforto e hábito do peito, para uma tetina de borracha ou silicone. Tais características levam a que haja um processo de reaprendizagem em mamar, alimentar-se e a arrotar longe dos braços da mãe


Todas estas alterações irão criar perturbações na rotina diária do pequeno, que é definida desde o seu nascimento. Para a progenitora, com a chegada do biberão será uma mudança na sua rotina diária e um período de adaptação no que diz respeito à sua produção de leite, evitando que o peito fique com mastite ou dorido. Serão tempos de grande adaptação. 


Todas estas informações relacionadas com o processo de transição, deixam-nos a pensar na seguinte questão: qual é a melhor altura para fazer a transição? A realidade é que não existe bem uma resposta definida, pois o momento ideal irá ser definido pelos pais e dependerá de cada caso. Assim, optar por uma transição parcial ou total para o biberão, cabe aos pais decidirem qual será a melhor. Um exemplo muito comum é o facto de a mãe poder estar a tomar uma medicação que não seja compatível com a amamentação ou esteja a terminar a sua licença e tenha que regressar ao trabalho. 


Estas decisões e mesmo toda a preparação da transição do leite para o biberão com o leite infantil deverá ser feita com a maior antecedência possível, para que seja melhor pensado e feito todo o processo. Voltando para o exemplo do regresso ao trabalho da mãe, um período ideal será quinze dias antes para começar a mostrar o biberão para que ambos tenham tempo suficiente para se adaptar à nova rotina


No entanto, estamos a esquecer-nos de um enorme detalhe qual é o papel do pai? O papel do pai é essencial, pois representa a independência e a abertura ao mundo. Pode facilitar esta separação física e simbólica entre a mãe e o pequeno. Pode assumir um papel de terceiro interveniente entre os dois, podendo equilibrar esta relação mãe-bebé que pode começar a sentir-se demasiado exclusiva. O pai também passará a desempenhar um papel moderador, de acompanhar e dar apoio a toda a família, para que este momento seja passado da melhor forma possível. 

É notório que esta transição é algo que os bebés podem não aceitar ou ter dificuldade em se adaptar. Desta forma, o segredo para que este processo seja feito da melhor forma possível é fazê-lo gradualmente e lentamente. É importante explicar ao vosso pequeno o que vai acontecer (mesmo que pareça estranho), dando pequeno exemplos como "começar a comer como as crianças crescidas" e, insistir na ideia de apesar de já não se alimentar pelo peito, a mãe estará sempre ao seu lado manter sempre presente o fator de segurança e conforto, mesmo que comece a optar pelo biberão.










Podemos destacar três pontos importantes que consideramos interessantes na análise das nossas pesquisas relacionadas com esta transição do peito para o biberão:

  • Como devemos proceder?  durante alguns dias podemos começar por substituir, em refeições mais pequenas, o peito pelo biberão (o ideal seria com o leite materno); depois, podemos aumentar o número de refeições com o biberão e podemos continuar a amamentar durante a noite  o que se torna benéfico, pois é nutritivo e mantém o nosso bebé e mãe tranquilos e relaxados para a sua noite de sono; de seguida, podemos introduzir a substituição do leite materno para o leite infantil em pó no biberão  considerando sempre a recomendação do seu pediatra ou profissional de saúde  podendo alternar entre o peito e o biberão nas refeições; a alimentação mista (peito e biberão) acaba por se apresentar como uma ótima forma de fazer esta transição tranquilamente e com uma grande probabilidade de sucesso;
  • Caso o bebé recuse em beber pela tetina, deverá ser visto outro modelo e serem testadas outras formas, que sejam mais confortáveis e que funcionem melhor para o bebé; se o bebé permanecer com dificuldades e continuar a chorar porque quer mamar é perfeitamente normal!  podemos pedir ao pai ou outra pessoa para alimentar o bebé, pois o cheiro da mãe pode ser um fator que possa estar a incomodar e a limitar esta transição; numa situação ainda mais difícil de transição, podemos dar um passo atrás e voltar só a dar de mamar por alguns dias e, depois tentar novamente fazer esta transição;
  • É um processo difícil para a mãe e bebé e, por isso, podemos sempre recorrer ao nosso médico, enfermeira/o ou um profissional de saúde que nos possa ajudar através de aconselhamento.

Uma nota importante que conseguimos perceber é que, quando começarmos a fazer esta transição gradual para o biberão, não é necessário tomar medicação para parar a produção de leite


Com a informação relacionada com este tema, que fomos recolhendo e analisando, conseguimos perceber um exemplo daquilo que poderia ser uma transição para o biberão, durante os 15 dias acima indicados:

  • Nos primeiros 3 a 4 dias, podemos substituir a mamada durante a tarde por um biberão com leite materno;
  • Nos 3 a 4 dias seguintes, a substituição feita durante a tarde, podemos adicionar um biberão também a meio da manhã, sendo que desta vez vamos utilizar leite infantil adaptado para o nosso bebé  sempre com o aconselhamento do nosso médico ou pediatra do nosso pequeno;
  • Nos 3 a 4 dias a seguir, adicionamos a hora do almoço às refeições feitas com o biberão assim já passamos a recorrer ao biberão a meio da manhã, almoço e a meio da tarde;
  • Nos próximos dias, podemos introduzir a substituição do peito pelo biberão na primeira e última refeição do dia, sendo incluídas nas refeições já com biberão  meio da manhã, almoço e meio da tarde; esta fase irá depender se queremos ou não permanecer com alguma refeição que seja feita pelo peito, mesmo que já tenha voltado ao trabalho

Algo que queremos destacar é que esta situação que demos é apenas um exemplo. Sabemos que cada bebé é um bebé e isso implica que haja sempre uma adaptação consoante as necessidades do pequeno e a forma como irá reagir a esta transição.


Quando optamos por um determinado modelo devemos ter em conta, que poderá sempre haver uma mudança de planos, recuo de algum passo que tenhamos dado ou então dar mais um passo em frente. É tudo uma questão de vermos como o processo vai decorrendo, se o bebé se sente confortável e começa a aceitar as pequenas mudanças e se a mãe se sente bem com o processo que está a realizar. Tentar criar um equilíbrio entre todos estes aspetos.


Um ponto fundamental a ser destacado é o facto de ser aconselhado que esta transição seja planeada com antecedência. É essencial termos este plano, mesmo que possa ser alterado de alguma forma, para termos o nosso período de adaptação e maior tranquilidade em fazer as alterações que forem necessárias. Além disso, em termos emocionais pode ser extremamente desafiante para ambos, pois a relação entre bebé e mãe sofre mais uma mudança, neste caso mais um corte na sua ligação. É estranho e existe uma sensação de insegurança para o pequeno e uma mistura de emoções para a mãe que estava habituada a que o seu bebé dependesse de si para se alimentar.










Hoje, trouxemos mais um tema de grande importância. A relação entre mãe e bebé é muito forte e está sujeita ao desenvolvimento do pequeno e a sua crescente independência. Além disso, esta mudanças trazem a possibilidade de outras pessoas, além da mãe, de aprofundarem mais a sua relação com o bebé o exemplo do pai, que permite que haja outra forma e figura de segurança, abordando este caso de mudança da alimentação. É mais uma fase de crescimento e desenvolvimento do bebé, pelo que é necessário que haja tranquilidade e planeamento, para que corra da melhor forma possível. Num cenário menos positivo e com maiores dificuldades, devemos sempre recorrer ao nosso pediatra ou médico, que nos poderão dar aconselhamento mais indicado e específico.


Acima de tudo, queremos que esta fase corra bem e transmitir a ideia que haverá sempre uma alternativa para chegarmos ao ponto que queremos, uma transição bem conseguida em que o bebé e a mãe estejam confortáveis.


Sabemos que não é um processo fácil. Assim, com o intuito de dar alguma ajuda, quisemos partilhar esta informação para podermos ter mais conhecimento sobre esta fase. No entanto, será sempre melhor, em caso de mais dúvida, recorrer ao nosso pediatra ou profissional de saúde.


E vocês? Como correu esta transição? Quais foram as principais dificuldade? O bebé reagiu bem ao biberão? Mães que estão por aí, como reagiram a esta nova etapa no crescimento e desenvolvimento do vosso pequeno? Queremos saber a vossa opinião.

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